O que se sabe sobre morte de pintor espancado por adolescente no interior de SP
Pintor que morreu espancado em Pirangi, SP, é enterrado, e família pede justiça A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte...

Pintor que morreu espancado em Pirangi, SP, é enterrado, e família pede justiça A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte de um pintor em Pirangi (SP). Câmeras de segurança registraram o momento em que ele foi espancado por um adolescente na madrugada do último domingo (31). As imagens chocaram a cidade que tem 10,8 mil habitantes e fica a 108 quilômetros de Ribeirão Preto (SP). O jovem, de 17 anos, foi encaminhado à delegacia logo após o crime. A Justiça determinou o encaminhamento dele à Fundação Casa. Segundo a família, os dois não se conheciam. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Paulo César morreu na última quinta-feira (4) em um hospital de Catanduva (SP). Internado em estado gravíssimo, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. O corpo da vítima foi enterrado nesta sexta-feira no Cemitério Municipal de Pirangi sob forte comoção. Paulo César Franco, de 46 anos, morreu após ser espancado por adolescente em Pirangi, SP Arquivo pessoal A seguir, o g1 mostra o que se sabe sobre o caso. Quem era a vítima Paulo César Franco trabalhava como pintor e tinha 46 anos. Ele morava com a mãe e com uma sobrinha. Não era casado e não tinha filhos. “O Paulo era totalmente do bem, além de ser pintor, era filho, tio, o Paulo era amigo, companheiro. Tinha defeitos, como todos nós temos, mas ele sobressaia na bondade, no coração bom, na alegria. Ele amava viver, era uma explosão de vida”, diz a cunhada dele, Daniela Cristina Ferreira Franco. Quando e como a vítima foi agredida O pintor foi espancado por volta de 1h10 do último domingo, na Avenida Sete de Setembro. Nas imagens feitas por câmeras de segurança (assista abaixo) é possível ver o momento em que o adolescente abordou o pintor. Eles pareceram discutir até que o jovem deu um soco no rosto dele. A vítima caiu desnorteada e passou a ser atacada sem qualquer chance de defesa. Homem é espancado no Centro de Pirangi, SP As imagens também mostram quando o menor de idade bateu a cabeça do pintor contra a parede sucessivas vezes. Antes de ir embora, ele ainda pisou na coluna da vítima quando ela estava caída no chão, aparentemente inconsciente. Paulo César foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em estado gravíssimo, e levado a um hospital em Catanduva. Ele sofreu traumatismo craniano, passou por cirurgias, mas morreu na quinta-feira. Como o adolescente foi identificado Segundo a família de Franco, uma testemunha conseguiu monitorar o percurso feito pelo adolescente após as agressões até uma residência e passou as informações à polícia. Policiais militares estiveram no endereço e conduziram o menor à delegacia. Paulo César Franco, de 46 anos, abordado por adolescente que o espancou em Pirangi, SP Reprodução/Câmeras de segurança De acordo com o boletim de ocorrência, o padrasto do adolescente foi ouvido em casa e alegou não saber o que tinha acontecido, mas que logo o enteado assumiu o crime. A Justiça determinou o recolhimento imediato do jovem à Fundação Casa. Família esteve com agressor no hospital No hospital enquanto aguardava informações sobre o estado da vítima, a família de Paulo César esteve com o agressor. Ele aguardava para passar por exame de corpo de delito. Segundo a cunhada da vítima, o jovem aparentava ser um paciente comum à espera de atendimento médico, sem qualquer sinal de que tinha acabado de cometer um crime bárbaro. “Chegando lá tinha um adolescente, parecia alguém que estava doente esperando atendimento. Aí a gente entrou, a atendente fez a ficha, conversou com a gente. Veio um policial, conversou com a gente e aí descobrimos que o suposto adolescente não estava ali para ser atendido, ele estava ali para fazer o corpo de delito porque era ele o agressor. Com uma calma muito grande, uma plenitude como se ele não tivesse feito nada, como se ele estivesse ali simplesmente para ser atendido, como se não tivesse acontecido nada”, diz Daniela. Daniela Cristina Ferreira Franco, inconformada com a morte do cunhado espancado por adolescente em Pirangi, SP Aurélio Sal/EPTV O que motivou o crime A polícia ainda investiga a motivação do crime. A família da vítima diz desconhecer qualquer vínculo entre o pintor e o adolescente. Para Daniela, qualquer motivação apresentada não justifica tamanha violência contra o cunhado. “A morte vai chegar para qualquer um, mas não daquela forma, não com aquele teor de maldade, de ódio.” A cunhada do pintor também não acredita que o adolescente seja punido. “Ele tem o que o protege, e o que protege a gente, o cidadão de bem? Ninguém. Amanhã ou depois, ele vai sair.” O irmão do pintor, Maurício Franco, espera que a justiça seja feita. “É triste, o que a gente quer é justiça, que ele pague pelo que ele fez. Só isso que eu quero.” Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca