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Atendimento a jovens com leucemia mieloide, doença de Afonso, de 'Vale Tudo', tem alta de 31% no estado de SP

Atendimentos de Leucemia Mieloide crescem 31% em SP O número de jovens de 20 a 24 anos atendidos em ambulatórios e hospitais de São Paulo com diagnóstico de...

Atendimento a jovens com leucemia mieloide, doença de Afonso, de 'Vale Tudo', tem alta de 31% no estado de SP
Atendimento a jovens com leucemia mieloide, doença de Afonso, de 'Vale Tudo', tem alta de 31% no estado de SP (Foto: Reprodução)

Atendimentos de Leucemia Mieloide crescem 31% em SP O número de jovens de 20 a 24 anos atendidos em ambulatórios e hospitais de São Paulo com diagnóstico de leucemia mieloide aumentou 31% entre 2023 e 2024, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Os dados foram divulgados pela Agência SP, agência de notícias do governo estadual. A leucemia mieloide ganhou espaço na novela "Vale Tudo". Na trama, o personagem Afonso Roitman, interpretado por Humberto Carrão, descobriu a doença. 🔍 A leucemia é um câncer que nasce na medula óssea, tecido gelatinoso dentro dos ossos responsável pela produção das células sanguíneas. Quando ocorre uma mutação, as células doentes passam a se multiplicar de forma desordenada e substituem as saudáveis. O levantamento paulista aponta que foram 898 atendimentos com jovens diagnosticados com a doença em 2023. Já em 2024, o número subiu para 1.185. A mesma tendência foi observada em outras faixas etárias: entre 30 e 34 anos, os casos subiram de 1.997 para 2.332 (alta de 16,7%), e, entre 35 e 39 anos, de 2.879 para 3.022 (alta de 4,9%). No total, o estado de São Paulo registrou 598.680 internações hospitalares por leucemia mieloide nos dois anos avaliados, sendo: 290.121 internações em 2023; 308.559 internações em 2024; 1.914.370 procedimentos clínicos ambulatoriais, sendo 916.480 em 2023 e 997.890 em 2024. O médico Wellington Fernandes Silva, hematologista do Grupo de Leucemias Agudas do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), afirma que a ampliação do atendimento entre adolescentes e jovens adultos acompanha estatísticas americanas, europeias e nacionais. Afonso descobre leucemia mieloide em 'Vale Tudo'; entenda doença, sintomas e tratamento Segundo ele, ainda não há uma causa definida, mas mudanças no padrão alimentar e maior consumo de álcool entre os mais jovens podem ser fatores de risco. O especialista ainda destaca que a detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. “No passado, muitas pessoas morriam antes mesmo de saber que tinham leucemia. Hoje, com a melhora dos serviços de saúde e o avanço da tecnologia, conseguimos diagnosticar a doença mais cedo, o que aumenta as chances de cura”, disse Wellington em nota divulgada pelo governo estadual. Afonso raspa os cabelos ao descobrir diagnóstico de leucemia mieloide TV Globo O que é leucemia mieloide? A leucemia afeta as células mieloides, que desempenham um papel essencial no sistema imunológico, incluindo a resposta a infecções e inflamações. Existem dois tipos principais: a leucemia mieloide aguda (LMA) e a leucemia mieloide crônica (LMC). Os sinais e os sintomas da leucemia mieloide aguda aparecem mais precocemente e de forma rápida, e os pacientes quase sempre apresentam fraqueza e palidez, podendo ter sangramentos, febre e feridas na boca. A leucemia crônica, por sua vez, é uma doença de instalação mais lenta, geralmente diagnosticada por alterações em exames de rotina. Quando a doença passa despercebida, apresenta sintomas significativos, como aumento do baço, o que provoca desconforto na alimentação, além de mal-estar, fadiga e dificuldade para andar. Apesar de a doença se manifestar, em geral, em torno dos 60 anos, o aumento dos casos em jovens e adultos reforça a importância do diagnóstico precoce, pois é essencial para uma recuperação mais rápida. O tratamento depende da idade e do tipo de leucemia. Na LMA, pacientes jovens recebem quimioterapia mais intensa, enquanto nos mais velhos a terapia é menos agressiva, frequentemente seguida de transplante de medula óssea. Já a leucemia mieloide crônica (LMC) não tem cura, mas pode ser bem controlada com inibidores de tirosino quinase, enzima que ajuda a acelerar reações no corpo, garantindo uma taxa de sobrevivência próxima à da população geral. O transplante de medula óssea Para alguns pacientes, o tratamento inclui o transplante de medula óssea, um tecido esponjoso que fica dentro dos ossos — especialmente no quadril, esterno e costelas — e funciona como a “fábrica do sangue”. A medula óssea produz glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio), glóbulos brancos (que defendem contra infecções) e plaquetas (que evitam sangramentos). No transplante, o processo envolve destruir a medula doente com quimioterapia ou radioterapia e substituí-la por células-tronco de um doador compatível. “Mesmo com doadores 100% compatíveis, há risco de rejeição. Por isso, o paciente precisa de imunossupressores por meses. É um equilíbrio delicado entre evitar rejeição e não deixar o organismo vulnerável a infecções”, explica Breno Gusmão. A chance de encontrar um doador ideal na família é de apenas 25% entre irmãos. Por isso, o cadastro de doadores voluntários, feito em hemocentros de todo o país, é essencial para ampliar as possibilidades de tratamento.